Reparei como os teus olhos foram entristecendo ao longo dos anos. O olhar envelhece tal como tudo o resto. O desencanto é o primeiro sinal, depois amontoam-se sinais de dor e por fim desesperança. Muda a cor, altera-se a tonalidade e a vivacidade. E se em relação ao corpo sempre há cremes, loções, exercícios para tonificar e prever desfalecimentos, em relação ao olhar não existem soluções para alterar e reverter o que parece inevitável. O problema é que o envelhecimento do olhar nem sempre é proporcional ao amontoar de anos e de tristezas. Aqueles tão novos que perderam a capacidade de espanto e de curiosidade e o seu olhar torna-se baço e inerte e há outros em que o acumular de anos não lhes esgota a força de um olhar carente de deslumbramento. Estes registam tudo com o semblante do adolescente, inquietos, transparentes, vivos. Com um olhar que procura o outro, que busca o misterioso, que regista o pormenor e que se fixa no belo. Tu deixaste envelhecer os teus olhos. Perdeste a l
Fantástico trabalho de colaboração entre alunos e professores, parabéns. Desejo um Feliz Natal para todos e envio um grande abraço
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